O sol da meia-noite

Naquele momento o sol brilhou mais forte. Os raios me atingiram e o calor estava bom demais. Cada segundo era ainda mais agradável e cada sentimento que passava por mim, sem me cumprimentar, me deixava mais confuso. Por que as coisas não são sempre como nós queremos? Naquele momento, o sol brilhava mais forte, mas não suficiente para tirar um sorriso do meu rosto. Os raios já me incomodavam. Nada é perfeito. Cada segundo se tornava insuportável e tudo que eu queria era me mandar pra qualquer lugar distante. Tudo que eu queria era estar só. Os sentimentos já não me cumprimentavam. Se era sonho, eu não sei. Talvez um lindo pesadelo. Naquele momento, o sol parou de brilhar. Foi invadido por uma escuridão tão sombria quanto meu olhar. Eu não conseguia mais respirar. O vento me aquecia mais do que o calor do fogo, que de tão certo, perdeu a razão. Naquele momento o sol não existia, assim como mais nada na Terra. Dizer o que eu era não fazia sentido, pois tudo havia perdido sua identidade. Naquele momento, eu era o caos. Era difícil perceber, mas eu não era tão ruim assim. Ou era? Naquele momento nada mais importava. Só o que eu queria era esquecer tudo que passei e sorrir ao menos uma vez. Mas naquele momento era impossível. O quão árdua é a tarefa de sorrir para quem você não conhece? O quão difícil é ser magoado por quem você ama, mesmo sabendo que não foi proposital? O quanto dói ser trocado por novas histórias? Tudo era cinzas naquele momento. Tudo, menos ela. A luz que insistia em invadir meu pensamento. O sonho que eu não sabia sonhar. O pesadelo que eu adorava ter. Naquele momento, acordei sem entender. Os raios voltavam a me tocar e tudo ficou mais claro. O sol estava de volta, ainda mais quente e agradável. Era meia-noite.

(SOUZA, Bruno. Naquele momento... 20 de maio de  2010)

postado por Bruno Souza.

Segunda, 11 de novembro de 2013. 21:30